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Um pouco de historia ....


Situada na área geográfica e histórica de Sernancelhe, a freguesia de Cunha tem como anexa a Tabosa da Cunha, que no passado foi também Tabosa das Arnas.

A freguesia está implantada num lindíssimo vale aberto de Norte para sul sobre o vale do Távora. Este vale é atravessado por um ribeiro - o Tabosa. Certamente porque era necessário atravessá-lo para ir a Arnas, havia aqui uma ponte de tábuas comum às gentes de ambos os lados do ribeiro. As povoações chamavam-se no século XIII, "Tavoosa" e, depois, "Tabulosa das Arnas" para se distinguir duma outra Tabosa da freguesia do Carregal do mesmo concelho. Tanto Tabosa como Arnas, sempre dependeram de Cunha, que lhes fica mais a sul.

A ordem do Hospital bem cedo adquiriu aqui três casais e, como tabosa, foi crescendo, a respectiva Comenda organizou a paróquia de Santo António de Tabosa na segunda metade do século XVI.

Quem visitar o Museu Grão Vasco (Viseu) e ver uma espada dita do "Tenente da Tabosa" que lá se guarda, talvez não saiba que ela pertenceu a um cruel e façanhado filho desta terra. António Costa de seu nome, foi primeiro um feroz matador de liberais, depois tão cruel ou mais, assassino de miguelistas. Mas, como quem ferros mata, com ferros morre, teve fim idêntico ao das suas vítimas ... A memória do povo não esqueceu a laje dos enforcados de então.

Fonte do texto: CM Sernancelhe





 

Entre a colina que se resguarda a Cunha e o monte do Pereiro, espraia-se um lindo e aprazível vale. Lembra, embora em miniatura, o reputado Vale de Vilariça, pela diversidade e mimo das sua produções horto-agrícolas, em extensão relativamente diminuta. O vale de que falamos, é cortado por um pequeno ribeiro, que o fertiliza através da irrigação permanente e inundação eventual. O ribeiro teve outrora moinhos a funcionar e o vale proporciona fortuna de pão, legumes e cereais.

A povoação de Tabosa assenta na base do monte do Pereiro, desenhando-se-lhe por cima a linha turtuosa e sombria do dito monte. Cá em baixo, o povoado recorta-se, grave e austero, entre maciços de verdura emoldurados por caminhos agrícolas e pela estrada municipal que liga para a estrada nacional e para as Quintãs.

Cresceu o aglomerado sobre a égide de Sernancelhe e a sua Comenda da Ordem de Malta e desde o início que foi o alfoz daquela vila e concelho, tendo até 1834 o Comendador detido e padroado da igreja desta freguesia.

A Igreja Paroquial, dedicada a Santo António de Lisboa, está alcantilada numa pequena encosta. É pequena, mas proporcionada e graciosa ou, no dizer de Alberto Correia, “maneirinha como o povo”. Tem a capela-mor com altar priveligiado, de talha simples. O corpo da igreja é de uma só e pequena nave, com uma capela lateral bastante espaçosa, A fachada principal é encimada por campanário de duas ventas e respectivos sinos.

A festa do padroeiro celebra-se ruidosa e devotamente a 13 de Junho ou no Domingo subsequente.

No alto do monte do Pereiro, a dominar a Tabosa e a soberba panorâmica que dali se divisa ao largo e ao longe, firma-se a minúscula capela de Stº Estêvão, abandonada durante muitos anos e recentemente relevantada e adornada, com imagem fabricada por um dos artistas da terra. O arranjo do largo envolvente e caminho de acesso, fruto da vontade férrea dos populares, ocasionou o lançamento da festa que se tornou habitual em 15 de Agosto ou no Domingo imediato.

Quase confundida com a casaria, toda de gente ligada à terra, perfila-se discreta a capelinha de S. Sebastião, imóvel de tradicional e afectuosa devoção deste povo.

Eclesiasticamente, Tabosa é uma paróquia ou freguesia religiosa independente. Civilmente, está anexada à Cunha. Mas antigamente era considerada, civil e eclesiasticamente, uma freguesia autónoma. Assim lhe fazem referência Pinho Leal e Joaquim de Azevedo. Não se conhece decreto que a haja mandado anexar à Cunha, mas de certeza que a anexação não terá resultado da singela vontade popular. Chegou a chamar-se Tabosa da Arnas, talvez pela maior proximidade e facilidade de acesso.

Texto: Da Varanda do Távora
Sernancelhe na marcha da torrente, página 201
Abílio Louro de Carvalho
Edição Câmara Municipal de Sernancelhe

Fotografias : http://sernancelhe.planetaclix.pt









 
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